Cinema Mundo abre 2021 com curadoria virtual sobre envelhecimento

05/05/2021 10:48

 

No saber popular a ideia de viagem empresta significados para o pensamento sobre a vida. Descrições como a de uma jornada longa, acidentada, com paradas e conexões expressam os percalços e as experiências dos indivíduos. Também é proveniente do senso comum a conversão das idades do sujeito em estações: a infância, a adolescência, a juventude, o mundo adulto, a velhice. O tema da última jornada ou última parada, nesse caso, alude à finitude do corpo, à morte. A transformação do corpo, em certo sentido, é mais uma viagem do tempo que do espaço.

Uma das principais imagens arquetípicas da cultura é a do velho sábio ou da anciã sapiente, personagens que emprestam seu saber aos mais jovens na forma de conselhos, auxiliando-os em suas aventuras – também considerada o início de uma jornada, de uma história. Por terem acompanhado diferentes gerações – eis a viagem temporal – o velho e o ancião acumulam o saber da comunidade e são figuras respeitadas.

O arquétipo ficcional heroico, entretanto, é facilmente contrastado por imagens realistas: o abandono afetivo e material de idosos, a segregação desses corpos em asilos, a entrega dessas pessoas a cuidadores, a incapacidade de compartilhar saberes frente à solidão e à desconexão social.

A próxima curadoria bimestral do Cinema Mundo faz um convite à reflexão e selecionou diversos filmes que tratam sobre o envelhecimento.

Afinal, o que significa envelhecer? Qual nossa relação com a decadência do corpo? Como nos sentimos com a memória e a história pessoal? A velhice nos acorda o medo recalcado da morte? Entramos em uma fase de maior espiritualidade e depuração do desejo? O que pensamos e o que se pensa sobre a velhice?

Venha com a gente nessa jornada, acompanhe a curadoria no Facebook (@cinemamundo) e no Instagram (@cinemamundo.ufsc) do projeto

Curadoria desenhada por Renata Santos da Silva e Andrey Lehnemann